
Maya Angelou dizia que “As pessoas vão esquecer o que disseste, as pessoas vão esquecer o que fizeste, mas nunca vão esquecer como as fizeste sentir”. E nunca esta afirmação fez tanto sentido. No mundo do trabalho, onde passamos grande parte do nosso tempo, as memórias mais marcantes não vêm apenas das tarefas executadas ou dos desafios superados, mas sim das emoções que experimentamos – sejam elas positivas ou negativas.
A liderança não se resume a uma posição hierárquica, mas sim à capacidade de inspirar, motivar e criar um ambiente onde os colaboradores possam dar o seu melhor. Há líderes que transformam equipas em verdadeiras famílias, gerando engagement, confiança e satisfação. E há aqueles que, pelo contrário, deixam marcas de desmotivação e até de sofrimento. O que distingue um verdadeiro líder? Eis algumas reflexões sobre o que realmente faz a diferença.
Estar presente, de corpo e alma
À medida que se sobe na carreira, há um fenómeno curioso: os líderes passam mais tempo em reuniões intermináveis e menos tempo junto das suas equipas. A burocracia aumenta, as prioridades tornam-se difusas e, muitas vezes, perde-se o contacto direto com quem realmente faz acontecer. Um verdadeiro líder não pode estar preso no “programa de centrifugação” da empresa, onde gira sem parar, mas sem impacto real. Ele precisa de estar próximo, de sentir a cultura da organização e de viver os desafios do dia a dia ao lado da sua equipa.
Escutar verdadeiramente e agir em conformidade
Ouvir não é o mesmo que escutar. Muitos gestores ouvem as preocupações dos colaboradores, mas quantos realmente escutam e agem em função disso? Um líder atento conhece as necessidades da sua equipa e toma decisões que refletem essa compreensão. Afinal, de que serve organizar um almoço de Natal recheado de carne se a maioria dos colaboradores são vegetarianos? Pequenos gestos demonstram atenção e respeito, fortalecendo a confiança e o sentimento de pertença.
Confiar e dar autonomia
Nada destrói mais a motivação de um colaborador do que uma gestão baseada no microgerenciamento. Se um profissional foi contratado para determinada função, presume-se que tem competência para a desempenhar. Monitorizar cada e-mail enviado, exigir relatórios diários sobre cada minuto trabalhado ou controlar excessivamente os processos apenas gera frustração e baixa produtividade. A confiança é um dos maiores motores de motivação – e um líder que confia cria uma equipa mais forte e autónoma.
Dar feedback construtivo e constante
A avaliação de desempenho não deve ser um evento anual, mas um processo contínuo. O feedback (ou mesmo feedforward, como já se começa a dizer) deve ser um instrumento de crescimento mútuo. Um líder eficaz ajuda os seus colaboradores a melhorar constantemente, reconhecendo os sucessos e apontando áreas de desenvolvimento de forma construtiva e motivadora.
Reconhecer e valorizar o trabalho da equipa
O reconhecimento é um dos mais poderosos motivadores humanos. Pequenos gestos de valorização, como um simples “obrigado”, um elogio sincero ou um momento dedicado a celebrar conquistas, podem ter um impacto gigantesco no moral de uma equipa. Os líderes que reconhecem o esforço e as capacidades dos seus colaboradores criam um ambiente de trabalho positivo, onde as pessoas se sentem valorizadas e inspiradas a dar o seu melhor.
Dar o exemplo
Liderar pelo exemplo é essencial. Um líder que exige escuta ativa deve, antes de mais, ser um bom ouvinte. Se pede dedicação, deve ser o primeiro a demonstrá-la. Se defende um ambiente de trabalho saudável, deve garantir que a sua postura reflete essa visão. Pequenos detalhes, como desligar o telemóvel durante uma conversa ou evitar interrupções constantes, mostram respeito e reforçam a cultura da empresa.
Viver o propósito e a cultura da empresa
Uma empresa com propósito forte atrai e retém talento. Mas esse propósito tem de ser vivido no dia a dia e não apenas usado como discurso para atrair candidatos. Quando a cultura organizacional é autêntica e coerente, os colaboradores sentem-se conectados e comprometidos com a missão da empresa.
Perguntar antes de assumir
A empatia é fundamental na liderança. Quando um colaborador está num dia mau, um líder atento não assume automaticamente que ele está “de mau humor”. Em vez disso, pergunta se pode ajudar. A comunicação aberta e transparente evita mal-entendidos e fortalece os laços dentro da equipa.
Ser humilde, reconhecer erros e agradecer
A humildade é uma das qualidades mais admiráveis num líder. Reconhecer erros, pedir ajuda quando necessário e expressar gratidão pelo esforço da equipa são sinais de maturidade e respeito. A liderança não é um exercício de poder, mas sim um compromisso com o crescimento coletivo.
A verdadeira liderança é um serviço
No final das contas, um líder não é quem tem o maior título ou a posição mais alta na hierarquia. Um líder é quem está ao serviço da sua equipa, quem coloca o bem-estar dos colaboradores acima do próprio ego e quem cria um ambiente onde todos podem prosperar.
Liderar é um investimento contínuo, que exige paciência, consistência e autenticidade. E os resultados são extraordinários: equipas felizes, produtivas, criativas e comprometidas. Porque no fim, as pessoas não deixam empresas – deixam líderes.
E você? Que tipo de líder quer ser?