top of page

Os sete pecados capitais da liderança


Olhemos à nossa volta. O que vemos nas lideranças que nos rodeiam? Promessas quebradas, egos inflados e um desmoronamento silencioso dos princípios que outrora sustentavam o ato de liderar. A liderança, que deveria ser sinónimo de visão, inspiração e serviço, arrasta-se hoje na sombra da sua própria decadência.


O que aconteceu ao compromisso com o bem comum? À humildade que deveria nortear quem assume a responsabilidade de guiar outros? Vivemos tempos de arrogância mascarada de carisma, de ganância disfarçada de ambição, e de um vazio ético que ameaça corroer as bases da confiança. A questão impõe-se: até quando vamos tolerar este declínio?


Soberba: O orgulho que precede a queda


Quantos líderes acreditam na sua própria infalibilidade? A soberba não é apenas uma falha de caráter, é um convite à estagnação. Quem não aceita crítica, não evolui. Quem não ouve, não aprende. A liderança torna-se um monólogo, uma sequência de decisões cegas que isolam e corroem a confiança.


Avareza: A ganância que tudo consome


A avareza não se limita ao dinheiro. É o desejo insaciável por mais – mais poder, mais controlo, mais submissão. Essa busca incessante destrói equipas e valores, deixando um rasto de desconfiança e desunião. Mas de que serve alcançar o topo, se o caminho está coberto de ruínas?


Ira: O fogo que devora o respeito


A ira pode ser disfarçada de “paixão”, mas o seu impacto é devastador. Gritar, humilhar, impor pelo medo – tudo isso destrói o respeito e mina o ambiente de trabalho. Um líder que não controla as suas emoções destrói não só a sua credibilidade, mas também o espírito das pessoas que confiam nele.


Inveja: O veneno da mediocridade competitiva


Liderar é celebrar o sucesso dos outros, mas a inveja torna isso impossível. Quando o líder teme o brilho alheio, divide em vez de unir. Sabota talentos, enfraquece equipas e isola-se num ciclo de mediocridade. E um líder sem lealdade está condenado a caminhar sozinho.


Preguiça: A prostração que paralisa a visão


A apatia é o pecado mais silencioso, mas não menos destrutivo. Líderes que evitam decisões difíceis ou que se escondem atrás de palavras vazias privam as suas equipas de direção e energia. A preguiça na liderança não é inação, é a recusa em assumir a responsabilidade de guiar.


Gula: O controle que estrangula a inovação


Microgestão não é liderança. É gula disfarçada de eficiência. Quando o líder quer controlar tudo, sufoca a criatividade, mata a iniciativa e transforma as equipas em meros executores de ordens. A inovação morre, e com ela, a vontade de fazer a diferença.


Luxúria: A traição da ética e da integridade


A ausência de integridade transforma líderes em impostores. A busca desenfreada por poder e glória a qualquer custo corrompe a essência da liderança, que deveria ser um serviço àqueles que a seguem. Sem ética, não há confiança. E sem confiança, não há liderança.


Um apelo à reconstrução


Estamos perante uma crise de valores. Não é apenas uma questão de incompetência, mas de cumplicidade com a decadência. Cada vez que toleramos a soberba, a ganância ou a apatia, reforçamos um sistema que deveria ser rejeitado.


Mas há esperança. Sempre há. Podemos escolher outro caminho. Um caminho onde a liderança não seja um pedestal de vaidade, mas um compromisso com o bem comum. Onde o respeito pelos outros seja o centro de cada decisão, e a humildade seja a base de cada ação.


Entrelinhas: O futuro está na escolha de cada um


A liderança está em ruínas. Mas o poder de reconstruí-la está nas nossas mãos. A pergunta que fica é: teremos coragem de exigir mais ou vamos continuar a aceitar o conforto da mediocridade que ameaça sufocar o nosso futuro?

 
 
bottom of page